ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 07-11-2000.

 

 


Aos sete dias do mês de novembro do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luiz Augusto Gemelli, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 159/00 (Processo nº 2136/00), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Compuseram a MESA: o Vereador Luiz Braz, presidindo os trabalhos; o Senhor Carlos César Bento Filho, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Alceu Bonadiman, Prefeito Municipal de Seberi; o Coronel Athaíde Moraes Rodrigues, Chefe do Estado Maior da Brigada Militar e representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Senhor José Volgemothu Koetzer Neto, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul; o Senhor Roberto Engrácio de Oliveira, Mestre da Loja Maçônica José Caraver; o Senhor Arci Souza da Costa, Presidente da Fundação Maçônica Educacional e Inspetor-Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito; o Senhor Sérgio Machado, representante do Senhor Governador Distrital do Rotary Internacional - Distrito 4680; a Senhora Edith Terezinha Rech, Presidenta do Rotary Club Independência; o Senhor Reni Elsso Toschi, Presidente do Rotary Club Rodoviária; o Senhor Paulo Renê Bernard, Presidente da Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre; o Senhor Luiz Augusto Gemelli, Homenageado; o Vereador Pedro Américo Leal, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Pedro Américo Leal, em nome das Bancadas do PT, PDT, PSDB, PMDB e PPS, discorreu sobre aspectos atinentes à vida pessoal e às atividades profissionais desenvolvidas pelo Senhor Luiz Augusto Gemelli, destacando a atuação de Sua Senhoria em diversas ações de cunho social e filantrópico e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Larry Hübner, Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, do Senhor Elói Castro Cajal, ex-Coronel da Brigada Militar, e do ex-Vereador Leão de Medeiros. Após, o Vereador Reginaldo Pujol assumiu a direção dos trabalhos e foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, referiu-se aos laços de amizade existentes entre Sua Excelência e o Senhor Luiz Augusto Gemelli, salientando a dedicação e a prestatividade sempre presentes no trabalho do Homenageado e mencionando a aprovação, por unanimidade, do Projeto de Lei que concedeu o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Sua Senhoria. A seguir, o Vereador Luiz Braz assumiu a presidência dos trabalhos e foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, teceu considerações sobre a atuação do Senhor Luiz Augusto Gemelli como ex-integrante das Forças Armadas, Pedagogo e membro do Rotary Club Rodoviária, exaltando a disposição sempre demonstrada pelo Homenageado em servir ao próximo, através da participação em ações filantrópicas junto à sociedade porto-alegrense. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, afirmou o merecimento do Senhor Luiz Augusto Gemelli à honraria hoje concedida a Sua Senhoria, declarando que o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre representa o reconhecimento dos cidadãos desta Capital ao trabalho desenvolvido pelo Homenageado, especialmente junto às comunidades mais carentes. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, saudou o Senhor Luiz Augusto Gemelli pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, destacando a justeza da homenagem hoje prestada a Sua Senhoria, pela competência e eficiência com que o Homenageado vem desempenhando suas funções profissionais, bem como as de caráter assistencial e comunitário. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Pedro Américo Leal e o Senhor Carlos César Bento Filho a procederem à entrega, respectivamente, do Diploma e da Medalha alusivas ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luiz Augusto Gemelli, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que, após o término da presente solenidade, o Senhor Luiz Augusto Gemelli recepcionaria os convidados na Churrascaria Galpão Crioulo, convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e doze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Pedro Américo Leal, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Pedro Américo Leal, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós damos por abertos os trabalhos desta Sessão Solene solicitada pelo Ver. Pedro Américo Leal, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Luiz Augusto Gemelli, o nosso querido amigo Guto.

Convidamos para compor a Mesa: o nosso homenageado, ilustríssimo Sr. Luiz Augusto Gemelli; o representante do Sr. Prefeito Municipal, Il.mo Sr. Carlos César Bento Filho; o Prefeito Municipal de Seberi, Il.mo Sr. Alceu Bonadiman; o representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Cel. Athaíde Moraes Rodrigues, Chefe do Estado Maior da Brigada; o Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul, Il.mo Sr. José Volgemothu Koetzer Neto; o Venerável Mestre da Loja Maçônica José Caraver, Il.mo Sr. Roberto Engrácio de Oliveira; o Presidente da Fundação Maçônica Educacional e Inspetor-Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito, Sr. Arci Souza da Costa, Presidente da Fundação Maçônica Educacional e Inspetor-Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito; Sr. Sérgio Machado, representante do Governador Distrital do Rotary Internacional Distrito - 4680; Sr.ª Edith Terezinha Rech, Presidenta do Rotary Club Independência; Sr. Reni Elsso Toschi, Presidente do Rotary Club Rodoviária e Sr. Paulo Renê Bernard, Presidente da Fundação dos Rotaryanos de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Registramos a presença dos Vereadores: Pedro Américo Leal, proponente desta homenagem, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol. Agradeço a todos que vieram, hoje, à Casa do Povo, para prestigiar a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao nosso amigo Luiz Augusto Gemelli.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra e falará em nome do PT, PDT, PSDB, PMDB e PPS.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Como vêem, está composta a Mesa e justificado plenamente o meu ato de conceder este Título ao Guto. Ele será chamado assim no meu discurso. Não o chamarei de Luiz Augusto Gemelli. Tratá-lo-ei por Guto.

(Lê.) "Um dia, pela manhã, estava eu sendo atendido pelo meu mecânico, que estava dobrado sob o capô do meu carro, cheio de graxa, às voltas com tensores e aparelhos sofisticados, quando eu lhe disse, de supetão, à maneira militar: ‘Guto, vou te indicar para receber o Título de Cidadão de Porto Alegre. Estás preparado?’

Emaranhado nos fios, graxa na cara, o ex-Sargento do Exército Luiz Augusto Gemelli parou de trabalhar e me indagou: ‘O que é isso? O que é que eu tenho de fazer? Eu não mereço. Eu sou um homem simples, não tenho prestígio para isso. Por que eu?’

Eu o fulminei, à maneira militar: ‘Estás preparado para receber o Título?’ Ele retrucou: ‘Não sei bem o que significa este Título, têm obrigações. Querer, eu quero - guloso como ele é - mas ouvi dizer que lá só têm doutores.’

Foi o bastante. Durante anos e meses eu o tinha observado. Encaminhei a proposta para conferir o Título a este Sargento que deixou a caserna, onde ministrava cursos na área de mecânica e de eletrônica, preparando, sempre modestamente, os seus subordinados e os seus soldados.

Com esforço ele se diplomou em Ciências e Letras, lá por 1991 e, em 1994, como membro da diretoria da Escola Técnica Parobé, iniciou uma formação de técnicos nos cursos de eletrônica básica e instalação de parabólicas. Eu já o observava, e quero dizer a todos que resolvi dar-lhe o Título de supetão. Eu já o admirava na sua ânsia de dotar, de capacitar os jovens de especializações para enfrentar o mundo do trabalho, o tal mundo globalizado de que tantos falam hoje em dia, e sou contra esse mundo, o Ver. Luiz Braz sabe disso, sou contra a globalização e o neoliberalismo.

Essa sua obsessão sempre o preocupou; em contraste com as suas possibilidades verdadeiras, ele não tinha mãos para fazer tudo o que queria. E eu sempre observando o Guto; ele não o sabia, mas eu sempre o observa.

Não era o meu mecânico quem eu via; eu via o homem, pela dedicação, pelo entusiasmo, pela competência. Ele, surpreendentemente, foi eleito em 1997 e 98 Presidente do Rotary Clube Porto Alegre Rodoviária. Aí eu não entendi nada. Mas quem é esse homem? Não sou só eu que o observo! Ele foi distinguido agora com um Título, e todos sabem que Lions e Rotary não escolhem porque o indivíduo é bonito – eu nunca seria escolhido, é verdade. Fiquei surpreendido, este homem destacado pela sociedade, porque está sendo distinguido com a elevação a um posto de comando num clube de serviço, continuava sujo de graxa, empetecado de graxa.

Sua preocupação era sempre com as obras sociais; melhorar os que precisavam. Às vezes, não encontrava recursos para realizar a sua própria melhoria, mas queria melhorar a dos outros. Descobri então, naquelas andanças, nas minhas visitas, no atendimento ao meu carro, um outro Guto que eu não conhecia totalmente.

Ele desenvolveu, logo depois, o projeto do Clube do Lápis, possibilitando às pessoas carentes, pobres, revelarem seus talentos através da publicação de suas poesias, de suas obras. Era, na verdade, uma fascinação que ele tinha por isso.

Com o Rotary ele fez então a sua ponta de lança, distribuindo para centenas de famílias, milhares talvez, prêmios e inclusive ranchos para os mais necessitados. Isso tudo com o meu desconhecimento, ou seja, eu precisei investigar, porque era seu amigo e sempre me chamou de Coronel, solenemente, mantendo uma certa distância: eu via a criatura humana em todo o seu esplendor.

Estava embrenhado em mais de trinta cursos profissionalizantes nas zonas mais pobres de Porto Alegre, e eu não sabia: na Vila Farrapos, na Restinga, na Humaitá, na São Judas Tadeu - vilas até que eu não ando como Vereador - e outras, administrando a mecânica de automóveis, a sua profissão, o seu ganha-pão. Ele fazia aquilo porque queria que alguém tivesse uma profissão. É sublime isso, eu não faço. Fez isso durante anos entre as classes mais desprotegidas, foram humildes rapazes, garotos desviados, adolescentes carentes, moços com problemas, naquela idade difícil, dos quatorze para os dezessete anos, da pré-adolescência, da adolescência, em que o rapaz e a moça fazem desafios. Ele procurava preencher essas indagações dos jovens ensinando-lhes alguma coisa sublime. Eu não sabia, mas fui sabendo, observava e admirava a sua persistência na ânsia de ser útil e de justificar a sua existência, a sua vida. Embrenhou-se pelas penas alternativas, se há algum Procurador, Promotor ou alguém do Conselho Tutelar aqui, há de saber disso. Entulhou-me de papel, me entusiasmando, porque todo mundo sabe que sou contra o ECA, na sua parte infracional. Ele sempre procurava me fazer ver que eu precisava me adocicar um pouco. Eu observava a persistência desse homem na sua ânsia de ser útil. Embrenhou-se por essas penas alternativas, impedindo que os jovens rumassem para os presídios, desviando os jovens infratores e até discordando das minhas opiniões que acho que, em certos casos, não existe apelação.

É claro, que tento resumir dez anos de vida, não é fácil, e de observação. Pouco a pouco eu ia descobrindo. Tenho de justificar porque lhe dou este Título. Estou justificando com dez anos de vida. Pouco a pouco, eu ia descobrindo nas atividades paralelas daquele mecânico coberto de graxa que sempre atendia o meu carro. Eu via agora um outro homem, com uma outra aspiração: ser útil ao próximo.

Observava calado, até o dia em perguntei: "Queres ser cidadão de Porto Alegre ou não?"

Por isso, ele me respondeu estatelado, aparvalhado, sem saber o que dizer: "Mas, por que eu? Lá só têm doutores.” Ele estava informado de que aqui só havia doutores, nesse grande colegiado de trezentos e tantos homens que decidem, até certo ponto, os rumos da política de Porto Alegre. Decidem as grandes idéia.

Hoje esse moço está na APAE. Todos sabem o que é a APAE, Associação de Pais e Amigos de Excepcionais. Trabalhando para essa gente diferente, diferente, porque eu sou sócio benemérito da APAE trazido pelo Carlos Santos, aquele negro sublime que todos conheceram. Há mais de trinta anos eu também me embreei por essa tal de APAE e dei algumas coisa da minha vida.

Esse é um guerreiro de causas difíceis, por que eu não sei. Sua última obra é ter sido responsável pelo Primeiro Seminário de Educadores Especiais do Rio Grande do Sul. Aí perdi a noção, ou melhor dizendo, a trajetória do Guto. A última coisa que soube é que ele andava por essa obra.

A minha observação durante esses anos, levou-me então a distingui-lo com esse Título que ele não esperava. O Título é um impulso, é um empurrão. Ele tem uma grande ânsia de ajudar o próximo. Então, ele precisa de campo, de oportunidades para desenvolver essa grande pulsão. O que é pulsão? É uma coisa orgânica, algo que vem de dentro, da célula, aquilo que o indivíduo quer e não sabe por que quer; é mais forte que o instinto. Ele tem essa pulsão de ser útil ao próximo. Por que nós não vamos aproveitar? Vamos aproveitar. Há de ter uma explicação. Pois eu concordo com uma frase do Evangélio, que eu sempre digo e guardo como um verdadeiro rumo: ‘Estranhos são os caminhos do Senhor.’ Ninguém entende. Mas Ele tem determinações, orientações que fogem ao nosso alcance. Então, vamos colocar o Gustavo aqui nesses trezentos e tantos homens e mulheres, que podem fazer alguma coisa, além do elenco da Câmara, dos trinta e três Vereadores. Essa gente pode, com muita experiência, sendo disponíveis - muitos são já aposentados -, podem fazer por Porto Alegre algo que nós não podemos fazer. Destacar o Guto, aqui, que havia sido uma descoberta que tinha em minha mente, era uma novidade para mim, mas eu precisava aproveitar essa energia, energia na família de Cidadãos Eméritos de Porto Alegre, e é o que estou fazendo hoje. Estou fazendo um melhor negócio do que ele. Ele pensa que está sendo distinguido? Não. Estou mobilizando-o para trabalhar mais! Para encontrar aqui um campo de atividade. Ele é como uma vela acesa, enquanto existe, devemos aproveitá-la, pois vai espalhando energia e calor ao seu redor, enquanto vive, por que vamos abrir mão dessa personalidade? Vamos aproveitá-la.

Não pare, Guto. Como se diz na linguagem da caserna: Prossiga! Você deve ter recebido várias vezes a ordem: aqui estou, atingi o objetivo e recebe a ordem via telefone - prossiga! É lacônica a ordem, mas é uma ordem muito sábia. Você pode prosseguir, tem condições. Estamos examinando o teatro de operações e você pode ir à frente, pode ir sem susto. Não pare, Guto. Você começa uma outra jornada aqui, hoje. Você é cidadão de Porto Alegre, vamos ver o que tu fazes. Prossiga, Guto! O desafio continua até a morte, e o que é a morte senão um desafio? E você é homem de desafios, Guto, e agora você está recebendo mais um desafio. Quero ver o que você vai fazer. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Registro a presença de alguns amigos; o Presidente da APAE, o Larry; o meu amigo Cel. Cajal, que é ex-Comandante da Brigada Militar; o meu amigo ex-Vereador Leão de Medeiros, Presidente do meu Partido, o PTB aqui no Rio Grande do Sul.

Peço ao Ver. Reginaldo Pujol que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra pela Bancada do PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Cumprimento também a todos os senhores e senhoras que vieram aqui hoje prestigiar esta entrega do Título de Cidadão ao nosso amigo Guto. Quero cumprimentar muito especialmente o meu querido amigo Pedro Américo Leal por essa brilhante idéia de homenagear o Guto. Eu disse ao Pedro que eu só não lamentava não ter sido o autor porque, afinal de contas, ele também é um dos amigos que o Guto tem. Eu disse ao Vereador, antes de começar a Sessão, que eu conhecia, lá no Guto, fregueses constantes. O Leão de Medeiros, naquela época, ainda Vereador desta Casa; o Pedro, eram os que freqüentavam mais, apesar de todos os Vereadores desta Casa serem amigos do Guto. A presença de todos os senhores e senhoras neste Plenário, com tanta gente em uma noite de terça-feira, só se justifica pela importância do homenageado.

O Pedro, inclusive, falava que agora o Guto vai pertencer a um grupo de trezentas e sessenta pessoas, e as pessoas ficam imaginando que grupo é esse de trezentas e sessenta pessoas a que agora o Guto vai pertencer. Esse grupo é formado pelo chamado "Conselho dos Cidadãos Honorários e Eméritos de Porto Alegre". Antigamente, o cidadão se destacava na sociedade, vinha aqui receber a homenagem e ia para a sua casa, ficava apenas na sua lembrança e na desta Casa aquela homenagem prestada. Mas a ligação dele com a sociedade ou com esta Casa que representa toda a sociedade, esta ligação se desvanecia, ela praticamente quase que terminava. Aí, nós resolvemos, em 1994, criar o Conselho dos Cidadãos Honorários e Eméritos do Município de Porto Alegre. Agora, as pessoas que são destaque dentro do seu agrupamento social recebem a homenagem da Casa e já não vão embora mais, eles ficam com um compromisso. Guto, você está assumindo, hoje, aqui, um compromisso diante de toda a sociedade, porque, agora, através do Conselho dos Cidadãos Honorários, nós queremos preservar as melhores mentes que nós temos, realmente, no meio de toda a nossa sociedade. As pessoas que se destacam e recebem a homenagem, elas são convidadas a pertencerem a este Conselho dos Cidadãos para dar opiniões à Câmara de Vereadores, formada por trinta e três Vereadores de várias correntes ideológicas. Nós temos, aqui, o Professor Garcia que é do PSB, que é professor de Educação Física e que honra muito esta Casa, também se elegendo para mais um mandato; o meu amigo Nedel, que é do PPB, companheiro do Ver. Pedro Américo Leal, corrente a que há algum tempo pertenceu o Leão de Medeiros; o Ver. Reginaldo Pujol, que é do PFL, e eu sou trabalhista. Então, nós temos, aqui, diversas correntes políticas e todas essas correntes são orientadas pelo Conselho dos Cidadãos, no Plano Diretor, no Orçamento da Cidade, em tudo aquilo que acontece aqui e tem a participação dos Srs. Vereadores, o Conselho dos Cidadãos pode vir e opinar. E a opinião desse Conselho é realmente muito respeitada por todos os Vereadores, independente da corrente política a qual pertence esse Vereador. Então, a importância, hoje, do Título de Cidadania para nós, Câmara de Vereadores, e para a sociedade em geral, é muito maior do que já foi no passado.

Eu conheci o Guto, talvez, nas mesmas condições do Ver. Pedro Américo Leal. O meu carro, também, que não era um carro do ano, nunca foi, estragou e o Guto tinha a sua oficina na Bento Gonçalves, bem em frente ao Hospital São Pedro. A Lótus já não é mais ali, agora. Mas, o meu carro estragou um dia e estragou muitos outros dias e lá estava uma figura fantástica que não me atendia só na oficina. De repente, quando eu estava em dúvida com relação à mecânica do meu carro, telefonava para a oficina e, a hora que fosse, este homem estava disposto a me atender. Notei que o Guto não era gentil apenas comigo, com o Leão, com as pessoas que conversava, que pertenciam a esta Casa ou com as outras pessoas muito maiores do que nós dentro da sociedade, que pertencem a outras esferas políticas, e de outras esferas da sociedade, ele era gentil com todas as pessoas. A sua preocupação, sempre que entrei em contato com ele, era que a sociedade pudesse ser melhor. Ele fez com que a sua vida, o seu trabalho sempre estivesse à disposição para criar essa sociedade melhor, não ficou apenas esperando que outras pessoas o fizessem, não ficou apenas aguardando que os seus companheiros, que talvez ocupassem cargos importantes dentro da sociedade, fossem fazer alguma coisa. Ele resolveu, por si só, ser igual àquele passarinho que carregava no seu bico aquela gotinha e levava na zona de incêndio para tentar apagá-lo. Perguntado sobre o que fazia só com uma gotinha, respondia: "Estou fazendo a minha parte". O Guto faz exatamente isso; ele faz a sua parte. Ele vai além, porque, desde que eu o conheço, ele procura se especializar e procura progredir no sentido de ser um cidadão cada vez melhor, e o trabalho que presta à sociedade possa ser cada vez mais qualificado. Talvez seja por isso que hoje ele é um homem de destaque dentro da Maçonaria. Sempre julgo, Guto, que quem é aceito pelos irmãos maçônicos é uma pessoa que está disposta, realmente, a progredir como ser humano, está disposta, realmente, a se moldar como um melhor ser humano. E você, realmente, é um perfeito Maçom, você é aquela pessoa que está sempre disposta a dar muito de si para os outros, está sempre disposta a fazer com que ele, no dia-a-dia, possa ser um homem melhor. Nós procuramos sempre, no dia de hoje, sermos melhor do que fomos ontem, não melhor em dinheiro, em patrimônio, melhor como seres humanos, para se doar muito mais para a sociedade, se doar muito mais para os irmãos, e isso sempre encontramos, realmente, neste rapaz que é formidável! E, se não bastasse, Ver. Pedro Américo Leal, todas as qualidades que V. Ex.ª já exaltou, aqui da tribuna, com muita propriedade, porque V. Ex.ª tem um conhecimento muito grande a respeito da vida do Guto, V. Ex.ª mesmo citou que há dez anos observa o que o Guto faz, para lhe oferecer este Título de Cidadania...

Eu quero apenas dizer que cada Vereador, aqui desta Casa, só pode oferecer por ano um Título, então, a escolha não é assim de forma aleatória, não! Bem, olha, tenho aqui um amigo e tal e, de repente, já vou dar um Título para esse meu amigo. Não! Nós temos, às vezes, muitos e muitos amigos e temos que escolher entre os nossos muitos e muitos amigos uma só pessoa para ganhar realmente esse reconhecimento. Então, esse Título que você recebe é um Título que o Ver. Pedro Américo Leal, pesquisou, analisou bastante antes de oferecer, porque, quando ele traz aqui para Casa, em forma de Projeto, o nome de alguém para oferecer para que esse alguém possa ser homenageado com o título de cidadania, ele tem uma responsabilidade muito grande diante desta Casa. Nós já tivemos muitas vezes, Ver. Pedro Américo Leal, pessoas que foram, aqui, colocadas para serem votadas pelos Srs. Vereadores e que não receberam, por parte dos Srs. Vereadores, o sim para que se transformassem em cidadãos. Aí, muitas vezes, ouço determinadas queixas e determinados lamentos, que não justifico, dizendo assim: mas como, se é um cidadão que está tão alto já na escala social, por que, de repente, esse cidadão não pode receber esse título de cidadania? Ora, acho que o título de cidadania é oferecido para aquelas pessoas que os Vereadores, que representam toda a sociedade, acreditam que está no momento de recebê-lo, porque se destacou doando-se para os outros, dentro da sociedade, ou se destacou dentro do seu campo de atuação, dentro do seu campo profissional, dentro do seu campo social. Não basta que ele tenha realmente, às vezes, um grande patrimônio, não basta que seja uma pessoa muito rica dentro da sociedade, não basta que seja uma pessoa muito importante dentro da sociedade, é preciso que ele tenha o reconhecimento por parte de todos os Vereadores de que ele realmente prestou todo o serviço para a sociedade que o habilitou para receber, aqui, este Título. Então, os Srs. Vereadores têm sempre o direito de aprovar ou rejeitar aqueles nomes que são apresentados por cada um dos Vereadores. O Ver. Pedro Américo Leal apresentou o nome do Guto e houve as mais elogiosas manifestações na Sessão em que foi votada e aprovada a indicação do nome do Guto para receber o Titulo de Cidadão.

Por todos esses motivos, eu me sinto muito feliz, como amigo, Ver. Pedro Américo, por ter sido V. Ex.ª o encarregado de ser o autor desta homenagem. V. Ex.ª tem todas as qualificações para oferecer esta homenagem. Não que os outros Vereadores não tenham, mas pela proximidade que V. Ex.ª, que o Ver. Leão e outros tantos Vereadores desta Casa têm com o Guto. Eu cito só os dois, e peço desculpas por não citar os outros porque, o relacionamento, eu conheço mais o dos Vereadores Pedro Américo e Leão de Medeiros, mas sei que os outros Vereadores também são próximos ao Guto, só que eu não conheço bem todos os relacionamentos que tem o meu amigo Guto.

Mas quero apenas justificar que estou contentíssimo em estar hoje na tribuna homenageando este nosso amigo.

O Ver. Leão está dizendo que faz das minhas palavras as suas palavras para poder também prestar esta homenagem. Eu sei que o Ver. Leão gostaria muito de vir à esta tribuna prestar homenagem ao Guto, mas por problema regimental, o Ver. Leão, hoje, preside um partido político e não está mais aqui na Câmara de Vereadores, então, ele não pode vir aqui prestar esta homenagem. Mas ele o faz, com a sua presença aqui, assim como todos os senhores estão fazendo, com suas presenças neste Plenário da Câmara de Vereadores, homenagem para esta figura extraordinária que passa, agora, a ter um compromisso ainda maior com toda a sociedade, porque, a partir desta Sessão, ele passa a ser um Cidadão de Porto Alegre, não que antes você não o fosse. Mas agora você é um Cidadão de Porto Alegre, com um Título. É como nós, gremistas, não é Ver. Reginaldo Pujol, nós temos título, não? O meu amigo, agora, tem Título e o Internacional também, com esse grande time que formou, que eu, apesar de ser gremista, estou admirando, também pode ir para a conquista de outros títulos.

Parabéns a você, Guto! Parabéns por essa grande amizade que você tem, por esse enorme convívio social de pessoas que gostam de você, que o amam e que querem que continue esse trabalho, cada vez melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O que tem em comum o Exército, o Magistério e o Rotary Club, entidades aparentemente tão díspares? A universalidade de atuação, pensarão uns; a disciplina e a organização necessárias à preservação institucional, dirão outros; e assim uma série de outros pontos focais poderiam ser levantados, todos realçando convergências, sem afetar a identidade de cada instituição. Do meu ponto de vista, entretanto, há um fator que, melhor do que nenhum outro, irmana e aproxima mais fortemente a inserção social do Exército, ombreando em igualdade de expressão com o Magistério e com o Rotary Club. Refiro-me à disposição para o serviço. Se para muitas entidades públicas ou particulares o serviço à comunidade e, num plano mais amplo, o serviço à Nação, é um dever a ser cumprido, para o Exército, para o Magistério e para o Rotary Club o serviço é uma vocação a ser realizada. Não tenho dúvida em afirmar que, de todas as vocações, a vocação ao serviço é a mais nobre, a mais digna, a mais cristã e a que mais se aproxima de Deus.

Por isso, senhoras e senhores, é com a maior das alegrias que, em nome do Partido Progressista Brasileiro, me integro às homenagens que agora a Câmara Municipal presta a Luiz Augusto Gemelli, ao conceder-lhe o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, por esclarecida iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal, também da Bancada do PPB, a qual integra, juntamente com o honrado Ver. João Dib e com este Vereador que agora lhes fala.

Luiz Augusto Gemelli sintetiza em si as característica predominantes de cada instituição a que pertence: Exército, Magistério e Rotary Club. E realça de modo significativo a vocação ao serviço, definido com rara felicidade pelo lema rotário: "Dar de si antes de pensar em si".

Gostaria de agradecer aos familiares do nosso homenageado, pelo tempo que eles emprestam o Guto ao Rotary, e dizer, especialmente à esposa Eloá, que eu sou testemunha do bem que o Rotary faz, por exemplo, à localidade do Barro Vermelho, lá na Restinga, doando uma padaria àquela comunidade carente; doando, também, recursos financeiros a uma creche, da mesma vila. Hoje, Dona Eloá, os pobres da Restinga têm pão, as crianças carentes têm onde ficar e se alimentar, e o Ver. Reginaldo Pujol, que aqui está ao seu lado, Dona Eloá, que é um símbolo da nossa Restinga, também é testemunha disto.

Este é um dos raros casos em que o currículo do homenageado, em vez de listar títulos, cursos e honrarias, elenca trabalhos e serviços.

A predominar, na avaliação de sua personalidade, estão a simplicidade dos verdadeiramente grandes, a ousadia que caracteriza os realizadores e a capacidade de sonhar, própria dos inconformados com a mesmice, com a rotina e com a inércia que rejeitam com a mesma força que aplicam à busca da transformação da sociedade.

Voltado para a comunidade, da qual é membro atuante, mas também líder inconteste, é solidário com os menos afortunados, aos quais dedica boa e importante parcela do seu tempo e de sua vida.

E certamente fará do Direito, cuja Faculdade cursa, mais um canal, ou melhor, mais um instrumento que, como os demais já utilizados, será devotado ao seu ideal de servir.

Luiz Augusto Gemelli é, então, legítima e incontestavelmente, merecedor do Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, que representa o reconhecimento e gratidão do povo desta Cidade ao cidadão que, embora muito exigindo de si mesmo, tanto dá à comunidade sem nada lhe pedir em troca.

Parabéns, Luiz Augusto Gemelli, novo Cidadão Honorário de Porto Alegre Que o Deus Nosso Senhor o abençoe e lhe dê muitos anos de vida, com todas as condições necessárias a prosseguir por muito, muito tempo esse seu trabalho tão excelso e tão benéfico para nossa comunidade. E que especialmente os jovens de nossa Cidade possam ver, no seu trabalho e na sua pessoa, um exemplo digno de ser seguido. Parabéns! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará em nome do PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Guto, nesta noite os Vereadores teceram inúmeros comentários e elogios sobre a tua vida. Eu posso dizer - e eu sempre brinco com ele, com respeito, quando lhe digo isso - que o Coronel, Professor, Psicólogo e Ver. Pedro Américo Leal é daquelas pessoas que, com o seu brilhantismo e o seu dia-a-dia, nos traz, ilustra muito com o seu exemplo o cotidiano da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Durante esses quatro anos, concedi para apenas uma pessoa esse Título, foi para Arthur Guarisse, porque sou sabedor da responsabilidade de indicar. Eu poderia, estou aqui há quatro anos, indicar quatro pessoas. Mas, por que não o fiz? Porque sei da responsabilidade que esta Casa tem com a população de Porto Alegre em indicar um nome.

Então, quando o seu nome veio para esta Casa e foi aprovado, é importante registrar, por unanimidade, é sinal que aquele trabalho que o senhor faz no dia-a-dia é reconhecido.

Um projeto quando entra, é importante as senhoras e os senhores saberem, vem com uma exposição de motivos dizendo quem é aquela pessoa que será agraciada. E ali o Ver. Pedro Américo Leal discorreu sobre os seus inúmeros trabalhos.

Três características chamam a atenção, todas elas interligadas: rotaryano, maçom e Secretário-Geral da APAE. Todas elas têm uma ligação forte com o que o Ver. João Carlos Nedel falou, ou seja, servir, isso é importante.

No mundo de hoje, onde as pessoas são cada vez mais individualistas e egoístas, é difícil encontrar alguém que queira prestar serviço aos outros da forma como tu prestas: esta é uma característica tua, é um dom que Deus te deu e estás espalhando para os outros. Tenho a certeza de que, na medida em que consegues transmitir aos outros, muitas pessoas estarão comprometidas com a tua causa futura. Só exercer essa função de Secretário-Geral da APAE, nós sabemos que essa obra é grandiosa. E eu sou testemunha do empenho do Larry no dia-a-dia. Tenho certeza de que deves ter vendido muitas rifas na tua vida. Quantos jantares beneficentes deves ter ido atrás? E as pessoas deviam dizer: "Pô, lá vem o Guto, mais um jantar!" Mas, é importante, Guto, porque isso é alegria.

Eu me lembro do primeiro contato que tive contigo, faz mais ou menos cinco anos, quando deu um problema no meu carro, sou morador do Partenon, e o meu irmão, que está aqui presente, o Paulo Garcia, junto com o Alceu, que é teu colega rotaryano da Rodoviária, disseram: "Olha, vai lá que vais ser bem atendido." E, realmente, levei o carro e fui bem atendido. E isso também mostra que, além de servir, serve com todas as qualidades. Ou seja, é um profissional de alto gabarito, incontestável e que faz do seu dia-a-dia esse gesto nobre de servir, e isso é coisa rara que tem de ser lapidada e buscada. E é por isso que o Ver. Pedro Américo Leal o pinçou em Porto Alegre, que tem um milhão e quatrocentos mil habitantes. Agora, pode ter certeza de que as cosias não acontecem por acaso. E é por isso, por essa tua grande virtude de ser uma pessoa intimamente ligada à filantropia. És pedagogo por formação, mas um pedagogo que também quer expandir e transmitir aos outros algo a ensinar, e está buscando, na formação acadêmica de Direito, algo mais. E eu tenho certeza de que a população do Rio Grande do Sul cada vez mais vai crescer contigo.

Eu gostaria, Guto, que, neste momento, fizesses o contrário: todas as pessoas estão te olhando, e eu gostaria que agora olhasses para cada uma dessas pessoas que estão aqui. E elas estão aqui porque és uma pessoa especial; tu és uma pessoa que planta amor e planta amizade. E é por isso que cada um está aqui, hoje, para testemunhar junto contigo e dizer: "Guto, continua essa obra, porque essa obra é de todos.”

Então, em nome do PSB, a Câmara Municipal de Porto Alegre só tem que te agradecer e desejamos vida longa nessa tua obra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pela Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com satisfação que assomo a tribuna neste momento, em que pese esse meu gesto conter, de certa forma, uma ousadia digna de uma explicação preliminar. Ninguém desconhece o apreço, o carinho e o respeito que tenho para com o proponente desta homenagem, Cel. Pedro Américo Leal, que é um paradigma nesta Casa pelo seu exemplo, pelo seu talento, bravura, pela sua coragem e pelas suas posições. Tenho até escolhido o Coronel como meu orador predileto. Sabe ele que, reiteradas vezes, peço-lhe que ocupe a tribuna e, sistematicamente, delego-lhe poderes, e eu o faria nesta noite, com toda a alegria, mesmo que ele viesse aqui declarar que ele não gosta dos neoliberais, porque, no fundo, ele gosta é dos liberais, dos quais eu sou representante aqui na Casa. Mas essa ousadia tem uma justificativa. Eu poderia muito bem ter delegado este pronunciamento ao Ver. Pedro Américo Leal, nosso grande Vereador, destacado homem público que o Rio Grande conhece pela sua enorme tradição parlamentar, quer pelo longo período que esteve na Assembléia Legislativa do Estado, quer pelo grande período que se encontra aqui prestando serviços à comunidade, e não poderia haver outro representante para o meu Partido, o Partido da Frente Liberal, mais adequado do que ele. E, se isso não bastasse, a presença, na tribuna, do Ver. Luiz Braz, do Ver. João Carlos Nedel, do Ver. Carlos Alberto Garcia tornaria quase que desnecessária a nossa presença neste momento. Homens brilhantes, competentes, já traçaram, e o fizeram com muita propriedade, o perfil do nosso homenageado, dizendo as razões, a maneira, o modo, a forma como isso aconteceu, esta homenagem, falando, sobretudo, da sua justiça. Então, não teria sentido a minha presença aqui na tribuna, mas um sentido existe e esse para mim é fundamental. E eu fui buscar nos meus melhores predicados. Coloquei de lado uma coisa subalterna, que é, indiscutivelmente - e eu tenho que confessar -, a inveja que, em determinado momento, se apropriou de mim quando eu vi o Ver. Pedro Américo Leal ter a sensibilidade, antes do Braz, antes do Garcia, antes de nós, de pinçar, no meio da sociedade, um exemplo tão vivo, tão edificante, tão justificador da sua integração no rol dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, que não é um grupo de doutores, mas que é um grupo dos melhores, dos competentes, dos que se realizam, dos que se afirmam, dos que demonstram na sociedade o desejo de servir e contribuir para a melhora do cotidiano e da qualidade de vida da Cidade.

O Luiz Augusto Gemelli, como eu o conheço, é o próprio exemplo do destaque social, do destaque comunitário, independente da sua condição de pedagogo, independente da sua condição de servidor das Forças Armadas e de futuro brilhante Bacharel de Direito, independente de tudo isso, ele é um destaque social, porque ele se impõe na sociedade. E disse bem o Ver. João Carlos Nedel: "Ele tem, insitamente, a vocação de servir, de servir a sociedade e a comunidade. E nós, liberais, Ver. Pedro Américo Leal, não recusamos a oportunidade de louvar os competentes, os eficientes, aqueles que abrem o caminho da sociedade pelo trabalho, pelo exemplo e pela competência. Essa é a justificativa bem mais ampla, não a subalterna da inveja, que seria uma inveja até justificada, tamanho o brilho e o acerto da sua escolha, mas a razão que nos traz aqui, nós que conhecemos o Gemelli, líder rotariano, junto com muitos de nós aqui presentes. Eu até confundo esta reunião da Câmara Municipal com uma assembléia distrital do Rotary, tamanho o número de representantes que aqui se encontram! Nós que o conhecemos no dia-a-dia, na sua preocupação de organizar os lucros de desenvolvimento comunitário do Rotary, na minha Restinga, na Vila Farrapos, na Paineira, na São Judas Tadeu, nós que conhecemos a preocupação que ele tem todo dia de servir a comunidade, dentro até do nosso lema, não poderíamos aceitar, de modo algum, que esta oportunidade transcorresse sem que viéssemos, na nossa humildade, na nossa modéstia, porém na nossa sinceridade, nos somar à voz de todos aqueles que, de forma tão elucidativa, traçaram em prosa e verso as qualidades do nosso homenageado.

É isso, Gemelli, que me traz à tribuna para te dizer que tenho muito orgulho de ser rotariano como tu, tenho orgulho maior de tê-lo entre meus amigos, e escrevo até mesmo na minha biografia a circunstância que nós dois fomos presidentes do Rotary no mesmo ano e na mesma oportunidade. Até te perdôo, tu que és o grande passador de convite, que os vende para todas as agências, por não ter, no aniversário do meu Clube, aceito o convite que te encaminhei, porque sei que, naquele dia, tu abristes mão de ser por nós homenageado para cumprir as tuas tarefas de rotariano num dos núcleos de desenvolvimento comunitário. Não é perdão; é compreensão, a compreensão de quem reconhece que tu és uma pessoa vocacionada para servir.

Um abraço afetuoso e respeitoso e a certeza de que o Cel. Pedro Américo Leal, na sua sensibilidade aguçada, criou uma circunstância extremamente favorável a esta Casa. Nós, a partir de hoje, podemos dizer que, no nosso rol de Cidadãos Honorários, se inclui alguém que, servindo à Pátria muito cedo, servindo à sociedade com muito amor, servindo à comunidade por vocação, encarna numa só pessoa as qualidades que nós precisamos ter como exemplo a ser oferecido à comunidade.

Aqui, nesta Casa, ninguém busca destacar os doutores. Aqui se busca destacar - e se faz isso com veemência - as qualidades reais, efetivas daqueles que acreditam no trabalho, que acreditam no servir e que acreditam, sobretudo, que todas as coisas que, na vida, se faz com amor, com dedicação, com carinho, são melhores e são mais facilmente reconhecidas. E, hoje, a Câmara Municipal de Porto Alegre oficialmente reconhece em ti estas qualidades, de homem sábio, de homem tranqüilo.

Eu, há pouco, nos momentos em que presidia a Sessão, exercitei uma brincadeira com o Gemelli, dizendo: "Mas, todos estes fregueses teus que estão aqui, o Medeiros, o Coronel, o Garcia, o Luiz Braz, tu não tens dificuldades em conciliar esta clientela total?" Ele disse: "Eu só tenho uma, no dia da eleição, são muitos amigos para escolher um para votar."

Meu caro Gemelli, nós não enfrentamos esta dificuldade quando votamos com a proposta do Ver. Pedro Américo Leal, porque tu, Gemelli, te enquadraste por inteiro no figurino que, pelo menos, este liberal traça para modelar o exemplo a oferecer aos seus pósteros e à sociedade. Muito obrigado por ter nos dado a oportunidade, com o teu trabalho, de dignificar e de elucidar um exemplo eloqüente que, pela iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal, oferecemos à Cidade de Porto Alegre. Tu és, de fato e de direito, não mais de Seberi, és Cidadão Honorário de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Convido o Ver. Pedro Américo Leal a proceder à entrega do Título.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

Convido o Sr. Carlos César Bento Filho, representante do Sr. Prefeito Municipal, a proceder à entrega da medalha.

 

(Procede-se à entrega da Medalha.) (Palmas.)

 

O Sr. Luiz Augusto Gemelli está com a palavra.

 

O SR. LUIZ AUGUSTO GEMELLI: Sr. Presidente da Mesa diretiva dos trabalhos, Ver. Luiz Braz, ao saudá-lo estendo a todos os integrantes da Mesa diretiva, já nominados anteriormente; estimados Legisladores desta Casa, senhoras, senhores, amigas, amigos, companheiras, companheiros, meus queridos irmãos: muito obrigado por vocês terem vindo.

Inicialmente reporto-me ao Comandante que sabe muito bem punir com seu verbo, com seu olhar, com seus gestos, com suas atitudes e com sua caneta os merecedores desse singular e também cruel método de aprendizado. Comandante esse cujo seu próprio nome é Leal e traz nessa particularidade a lealdade, estampado em seu próprio nome, sabendo também reconhecer os méritos, fato esse que se constata neste momento, pois, por proposição deste Leal, esta colenda Câmara Legislativa reconhece o trabalho executado em prol da comunidade. Reconhecimento esse que, desde já sabemos ser de forma individualizada. Mas que temos a certeza de que é estendido e compartilhado por todos nós.

Essa manifestação de agradecimento a esse reconhecimento se estende a todos os Vereadores, em especial ao próprio Ver. Luiz Braz, aos Vereadores Carlos Garcia, João Carlos Nedel, Isaac Ainhorn - que não está presente -, Reginaldo Pujol e, também, ao Leão de Medeiros e ao Zanella - que também não está presente -, que, quando revestidos da função legislativa, estão e sempre estiveram embuídos do mesmo sentimento de justiça e eqüidade, atributos que o Criador sabiamente derrama sobre esta Casa.

Sou filho de pais de origem italiana e alemã; nascido em Seberi, em 21 de junho de 1961, interior do Estado, e radicado em Porto Alegre, no ano de 1986. A meus pais: Luiz Júlio Gemelli e Zilá Becker Gemelli, hoje, pertencentes ao grupo eterno, para onde inevitavelmente iremos todos, o meu profundo agradecimento, pois tenho a certeza de que tudo fizeram para dar a nossa família os mais nobres ensinamentos e os mais nobres exemplos. E hoje, ainda neste momento, do lugar onde estão, nos contagiam com sua energia, sempre repleta de positividade.

A minha infância e adolescência foi vivida em Seberi. Cidade de nome indígena, que a tradução para o português, significa: rio de pedras preciosas, fazendo referências ao solo do Município. Mas, na verdade, pedras preciosas são os seus munícipes, representados pelo Prefeito Alceu Monadiman, presente nesta Mesa.

Tive oportunidade, quando alistado para o serviço militar obrigatório, de ingressar nas fileiras do Exército Brasileiro, na Cidade de São Borja, no 2º Regimento de Cavalaria Mecanizada, Regimento São Manoel. Foi um período marcante na minha vida, porque o processo de ensino utilizado pelo Exercito Brasileiro ajudou-me a formar o meu caráter e a galgar à função de 3º Sargento Mecânico. Esse cargo assumi no 29º Grupo de Artilharia de Campanha, com sede em Cruz Alta. Foi um momento da minha vida muito bem vivido, porque também tive a felicidade de beber a água da panelinha, termo usado pelos cruzaltenses para quem encontra o seu amor. Não resisti aos efeitos da água da panelinha. Esta mulher maravilhosa é a minha querida Eloá, a quem, desde de Cruz Alta, dedico o meu mais profundo amor e com quem compartilho momentos de intensa felicidade.

Nesta Capital, verdadeira Porto Alegre, formada geograficamente por rios que banham o Guaíba e, por outro lado, possui a cintilante representação de Viamão. Isso lembra dois importantes destinos: o destino das águas e o destino dos gaúchos. Igualmente como as águas que banham o Guaíba, Porto Alegre banha-se com os cidadãos que optam por morar no seu solo, vindos das mais distantes moradas do solo gaúcho. Eu tenho convencimento de que essa fase da minha vida, meu Comandante Leal, é a peça fundamental desse reconhecimento e compartilho com todos esse momento magno. Todos nós estamos sendo homenageados nesta data.

Neste momento, faço um breve comentário sobre três instituições que norteiam o meu dia-a-dia. A primeira é a APAE. O espírito peculiar do apaeano de solidariedade, humanidade e dedicações extremas, faz sentir-me um verdadeiro admirador compulsivo do trabalho efetuado pelas APAEs no Brasil inteiro, principalmente na APAE de Porto Alegre. Os companheiros de diretoria, iluminados por este espírito magnífico, fazem um trabalho-modelo em busca de dias melhores para aqueles que não tiveram a mesma oportunidade de ter uma saúde como a nossa.

A segundo instituição é o Rotary Internacional. Reporto-me a uma instituição internacional, mas com caráter local, formada por cidadãos das diversas profissões, que tem por lema dar de si antes de pensar em si. O Rotary desenvolve vários projetos sociais, entre eles gostaria de citar o Lighthouse, ou seja, Farol da Alfabetização, trata da alfabetização de adultos, que, a exemplo da Pólio Plus, que erradicou a poliomielite, ou seja, a paralisia infantil, no Brasil, quer erradicar também o analfabetismo. O projeto Penas Alternativas: prestação de serviços à comunidade, pena educativa e socialmente útil.

Faço aqui um parênteses, para falar de improviso ao meu querido Comandante que as penas alternativas são para delitos leves, onde não existe o dolo, o uso da arma para o criminoso atingir seu objetivo, para não "estragar" aqueles pequenos delituosos.

Este projeto, gestado em Rotary, aqui em Porto Alegre, por companheiros rotaryanos, é um projeto magistralmente elaborado, e hoje é modelo para os demais Estados brasileiros.

As referências rotárias já são muitas, mas quero encerrar esta etapa lembrando de uma verdadeira dedicação, uma dedicação de dar de si antes de pensar em si, sempre irresignado com as injustiças vividas, e vindas ou não da natureza universal, lutando bravamente contra essas diversas doenças, principalmente as genéticas, na área das hemoglobinopatias; faço esta dedicação especial, deste momento, a nossa sempre querida, "Fani Job". Esteja onde estiveres, Fani, sempre foste e sempre serás a nossa luz.(Palmas.)

A terceira instituição é a instituição Maçônica, a Maçonaria é uma instituição milenar, cuja filosofia é demonstrada ou iniciada através de uma pedagogia muito singular, oportunamente e sabiamente singular, pois é proporcionando o desenvolvimento do iniciado que a instituição maçônica atinge o seu objetivo primeiro, que é o de tornar feliz a humanidade; principalmente pelo amor. Este amor fraternal, que nos faz sentirmos verdadeiramente irmãos.

Muito obrigado a todos por terem deixado as suas vidas aí fora e serem homenageados, hoje, junto comigo.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Queremos, Ver. Pedro Américo Leal, agradecer às pessoas maravilhosas que vieram dar vida a esta Casa do Povo, a V. Ex.ª que teve essa feliz idéia de propor esta homenagem ao nosso amigo Guto, aos Vereadores que falaram nesta homenagem e aos amigos do Guto.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h12min.)

 

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